segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ter paciência não é engolir sapo...Ser otimista não é ser só sorrisos...

Dias nebulosos como hoje me fazem pensar e repensar a parceria vital entre a paciencia e o otimismo...

Todo dia me dou conta de estar vivendo um paradoxo: a vida moderna, com seus meios de comunicação cada vez mais velozes,me requisitando mais e mais paciência. E pior,  me dou conta da "epidemia da impaciencia" ...Queremos que nosso mundo interno, nossas emoções, sentimentos e percepções, fluam com a mesma velocidade máxima da internet... Como não toleramos esperar o tempo natural do amadurecimento de nossas emoções, sofremos a dor da impaciência: semelhante a uma queimadura interna, ardemos de ansiedade!
Intuitivamente, sabemos que algo não vai bem, mas como temos a urgência de nos livrarmos da pressa interna cada vez mais estimulada pela aceleração dos acontecimentos, não temos mais tempo para sentir, compreender e transformar nossas emoções.
E aí está, o tal paradoxo a que me refiro: cada vez que produzimos mais no mundo externo, criamos menos no mundo interno. Podemos estar ganhando mais tempo e espaço à nossa volta  ao aplicar a tecnologia moderna ao nosso cotidiano,  a mas temos de admitir que estamos perdendo a habilidade de lidar com nosso tempo e espaço internos, estamos cada vez mais impacientes.
Ser paciente não significa sobrecarregar-se de sofrimento interno, nem estar vulnerável ou ser permissivo com relação às condições externas. 
Ter paciência não é ser uma vítima passiva da desorganização alheia. 
Não é útil, por exemplo, ter paciência em uma situação em que se esteja sendo explorado.
Segundo a psicologia do budismo tibetano, ter paciência é a força interior de não se deixar levar pela negatividade. 
Ter paciência é escolher manter a clareza emocional quando o outro já a perdeu.
Neste sentido, ter paciência é decidir manter sua mente limpa, livre da contaminação da raiva e do apego.
Segundo o budismo tibetano, há três tipos de paciência:
1. Não se aborrecer com os prejuízos infligidos pelas outras pessoas, isto é, não nos abalarmos quando somos intencionalmente provocados e feridos.
2. Aceitar voluntariamente o sofrimento para si: se alguém demonstra ter raiva de você, você não deve responder com raiva; ou, se alguém o machuca ou insulta, você não deve revidar, mas sim compreender que a outra pessoa não teve controle sobre suas emoções.
3. Ser capaz de suportar os sofrimentos próprios do desenvolvimento espiritual.
Em dias nebulosos como hoje, preciso reletir para saber se estou praticando verdadeiramente a paciência, o quanto estou atenta às pessoas a minha volta e ao efeito que cada uma delas pode desencadear no meu dia-a-dia... o quanto minhas palavras e comportamentos têm ferido os outros. 
É pelo exercício da paciencia que aprendemos a  respeitar a necessidade natural de cada um de  ter tempo e espaço para estar com nossas emoções, sejam elas positivas ou negativas.